terça-feira, 8 de maio de 2012

Neuropsicopedagogia e Contextos de Atuação

Inicio minha reflexão colocando o conceito da Psicopedagogia : A Psicopedagogia é um campo de conhecimento que se propõe a integrar de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os variados processos inerentes ao aprender humano. Sendo assim interessa a psicopedagogia investigar os processos de aprendizagem e como ocorrem, buscando entender as dificuldades que acontecem neste movimento. Esta busca se faz em vários campos do conhecimento buscando a integração e compreensão do sujeito aprendente. Os campos do conhecimento que a psicopedagogia lança mão são: a psicologia, psicanálise, da filosofia, neurologia e a pedagogia para compreender o sujeito aprendente. A Neurociência aplicada à psicopedagogia considera as dimensões neurológicas, psicológicas e cognitivas do sujeito, abrangendo também os aspectos afetivos e culturais importantes no processo de construção e organização deste conhecimento. Neuropsicopedagogia: Área de estudo das neurociências na qual objetiva a análise dos processos cognitivos, potencialidades pessoais e perfil sócio-econômico, a fim de construir indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido a lesão neurológica de origem genética congênita ou adquirida. ROTTA Apud COSENZA: 2010 A Neuropsicopedagogia proporciona ao psicopedagogo uma maior e melhor compreensão da atuação deste tanto na clínica como nas Instituições. Esse campo de estudo proporciona uma mudança de olhar sobre a aprendizagem e o que destaco como principal neste aprendizado é que “não existe a não aprendizagem”, pois pensando na esfera neurológica é possível que o sujeito que aprende, seja ele com necessidade especial ou não, se for adequadamente estimulado, estabelecer ou reestabelecer no cérebro novas rotas neurais proporcionando assim aprendizagens. Faz-se necessário e essencial ao Psicopedagogo clínico ou Institucional, conhecer a Neuropsicopedagogia, área do conhecimento que se relaciona com outras áreas do que descrevem o desenvolvimento humano nas dimensões biológicas, afetivas e relacionais. Para a intervenção Psicopedagógica é necessário observar aspectos como: o estilo de aprendizagem do sujeito, a mudança na visão de como o cérebro aprende, a busca de uma metodologia de intervenção mais adequada, a capacitação dos professores melhorando dessa forma a aprendizagem de todos promovendo dessa forma a inclusão. Partindo do princípio que somos todos diferentes, aprendemos de forma diferente, a Neuropsicopedagogia como campo do conhecimento, articula saberes importantes para a atuação do Psicopedagogo na Escola e na Clínica, pois amplia a compreensão de como aprendemos. Na área clínica é possível avaliar, fazer o diagnóstico psicopedagógico e verificar a melhor forma de intervenção junto ao sujeito que apresenta a dificuldade de aprendizagem. Na intervenção individual pais, educadores e cuidadores precisam estar implicados no tratamento e para isso necessitam de orientação para serem agentes no processo de intervenção clínica. Na área Institucional é possível pensar formas de prevenção buscando proporcionar aos aprendentes ambientes e metodologias que estimulem e valorizem os sujeitos que aprendem. O Neuropsicopedagogo Institucional ainda tem a responsabilidade de informar e orientar as famílias e professores envolvidos no processo educacional. Observa-se que tanto Psicopedagogos como educadores precisam estar em permanente atualização, pois quanto mais souberem sobre o como o ser humano está constituído, o como este aprende e apreende o mundo que os rodeia melhor será sua atuação profissional. Com relação às diferenças ou necessidades especiais dos sujeitos aprendentes pode-se dizer que uma vez identificada à necessidade é fundamental observar as áreas do conhecimento que contribuirão no trabalho a ser desenvolvido com este sujeito. Pode-se pensar que a partir da hipótese diagnóstica levantada é essencial a formulação da estratégia terapêutica que pode ou não envolver outros profissionais como fonoaudiólogos, neurologistas, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas. A orientação de pais e professores também é importante para obtenção de um prognóstico satisfatório. Cabe lembrar que o contexto sócio-cultural e os sentimentos daquele que apresenta qualquer dificuldade não deve ser considerado nem menos, nem mais importante do que a audição, visão, motricidade ou o desenvolvimento de sua linguagem. Para finalizar: Inclusão é respeitar o outro, percebendo e aceitando que todos somos, diferentes e únicos. “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta.” Carl Gustav Jung Marcia Doria Abril de 2012

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